Os 20 Anos do 11 de Setembro de 2001 e a Ordem Internacional Liberal

     Este artigo visa explicar os mais marcantes acontecimentos dos últimos vinte anos, os quais se seguiram aos atentados terroristas do 11 de setembro de 2001. Para tal, foi necessário recorrer a uma contextualização histórica inicial e, de seguida, à análise das Presidências de Bush (filho), Obama, Trump e Biden. Por fim, questionámos se a reação norte-americana aos atentados de 2001 determinam o início do fim da atual Ordem Internacional Liberal, liderada pelos EUA.

Os Atentados às Torres Gémeas, em Nova Iorque, atribuídos à Al-Qaeda.

Fonte da Imagem: Spencer Platt/Getty Images


1.  Contextualização Histórica

1.1.  O Nascimento da Al-Qaeda, 1987

A Al-Qaeda (“A Base”, em árabe) é uma organização terrorista criada por Osama Bin Laden, em 1987, com o intuito inicial de combater as forças soviéticas que tinham invadido o Afeganistão no final da década de 70. Apesar do seu objetivo inicial, com a retirada da URSS do Afeganistão em 1989, a Al-Qaeda tomou os Estados Unidos da América e os seus interesses como o principal inimigo. Acontecimentos como o envolvimento norte-americano na Guerra do Golfo ou a instalação de bases militares dos EUA no Médio Oriente provocaram esta mudança de objetivo na organização, uma vez que Bin Laden se opôs totalmente.

Osama Bin Laden, criador da Al-Qaeda.

Fonte da Imagem: https://www.dn.pt/internacional/dez-anos-apos-morte-de-bin-laden-al-qaeda-esta-viva-e-promete-guerra-13632837.html

 A rede terrorista, formada por fundamentalistas islâmicos e árabes, fundiu-se com outras redes islâmicas militantes, como a Jihad Islâmica do Egito e o Grupo Islâmico. Aliou-se, também, ao regime talibã no Afeganistão, onde acabaram por ser construídos campos de treino para os seus membros.

Ao longo da década de 90 e inícios de 2000, a organização foi responsável pela realização de vários atentados terroristas: os ataques às embaixadas norte-americanas do Quénia e da Tanzânia, em 1998; o ataque a um navio de guerra norte-americano no Iémen, em 2000, entre outros… No entanto, foi apenas em 2001, que a Al-Qaeda ganhou maior projeção internacional com aqueles que foram os maiores atentados terroristas da História: os ataques contra o World Trade Center, em Nova Iorque, e o Pentágono, em Washington DC. Depois destes, os atentados de Bali (2002), Madrid (2004) e Londres (2005) foram, também, atribuídos à Al-Qaeda.

Nos últimos anos, a organização terrorista criada por Bin Laden viu o seu protagonismo fugir para as mãos do Estado Islâmico. No entanto, para Colin Clarke, diretor de investigação do Soufan Center, «É muito cedo para escrever o obituário da Al-Qaeda».

1.2. O Fim da Guerra Fria: o nascimento de uma nova Ordem Internacional e a Unipolaridade norte-americana

No final da década de 80 e inícios dos anos 90, o mundo assistiu ao final da Guerra Fria. A queda do muro de Berlim e a, consequente, reunificação alemã; o fracasso do comunismo na Europa de Leste e a desintegração do Bloco Soviético alteraram, para sempre, a História mundial.

A queda do Muro de Berlim, 1989.

Antes de passarmos à explicação do nascimento e caracterização da Ordem Internacional saída do pós-Guerra Fria, importa definir este conceito. Afinal, o que é uma Ordem Internacional? Embora bastante discutido na literatura académica, por autores como Amitav Acharya, Hedley Bull, Henry Kissinger ou John Ikenberry, pode afirmar-se, de um modo simplificado, que o conceito de Ordem Internacional corresponde ao conjunto de normas, princípios, regras, leis e instituições, que existem a nível internacional, e que regulam o relacionamento entre estados.

Tendo em conta o artigo “Bound to Fail: The Rise and Fall of the Liberal International Order” de John Mearsheimer, percebemos que durante o período da Guerra Fria (1945-1989) existiam três Ordens políticas, dado o sistema internacional bipolar da época. A primeira, era uma Ordem mais abrangente que servia para simplificar a cooperação entre os EUA e a URSS quando estes tinham interesses comuns. Depois, dada a rivalidade entre as duas superpotências do pós-Segunda Guerra Mundial, existiram mais duas Ordens “bounded”. Uma era limitada ao Ocidente e liderada pelos EUA, ao passo que a outra era liderada pela URSS e incluía os países do Bloco Soviético.

Mais tarde, aquando do fim da Guerra Fria, a Ordem “bounded” dominada pela URSS acabou por ruir, enquanto a Ordem liderada pelos EUA permaneceu de pé. Assim, George W. Bush e os seguintes Presidentes norte-americanos tiveram como objetivo criar uma nova Ordem Internacional. Para tal, eles pretendiam transformar a Ordem ocidental da Guerra Fria numa Ordem Internacional Liberal. No fundo, por outras palavras, era globalizar a Ordem Ocidental da Guerra Fria, transformando-a numa Ordem Internacional Liberal.

Feita esta explicação, baseada em Mearsheimer, sobre o nascimento da Ordem Internacional Liberal urge perguntar: como podemos caracterizar a Ordem Internacional Liberal nascida do pós-Guerra Fria?

De um modo geral, em primeiro lugar, pela existência de uma economia de mercado hiperglobalizada; em segundo lugar, pela expansão do modelo da democracia liberal à escala mundial e a defesa do Estado de Direito; por último, pelo multilateralismo e pela criação de novas instituições internacionais e o alargamento dos membros às já existentes. No fundo, assistia-se ao “Fim da História” de Francis Fukuyama, isto é, à expansão do modelo democrático liberal pelo mundo. Era, portanto, o triunfo deste modelo no pós-Guerra Fria. O 11 de setembro de 2001, como veremos mais à frente no artigo, colocou fim a este quase “consenso” sobre o “Fim da História”, sendo, por isso, um momento de viragem na História!

«Há vinte anos a democracia estava triunfante. E o triunfo parecia definitivo. A economia de mercado, a democracia liberal e a ordem multilateral saíam vitoriosas da Guerra Fria e o modelo ocidental estava em processo de universalização acelerada. Eram os tempos áureos do «fim da história» de Francis Fukuyama. (…) Eleições livres e justas, liberdades cívicas, direitos humanos e Estado de direito, eram valores inquestionáveis. E mais do que isso, a democracia era o único sistema, internacionalmente, aceite como legítimo.»

Nuno Severiano Teixeira em Três reflexões inacabadas sobre populismo e democracia”, da Revista Relações Internacionais, IPRI, setembro de 2018.

Em termos de sistema internacional (1), o fim da Guerra Fria, também, provocou algumas mudanças. A bipolaridade (2) da Guerra Fria deu lugar à unipolaridade (3). No pós-Guerra Fria, os EUA ergueram-se como a única grande superpotência, dada a dissolução da URSS, em 1991, gozando assim de uma enorme superioridade de poder.

«Com a vitória dos Estados Unidos na Guerra Fria após o colapso da União Soviética dá-se a sua afirmação definitiva e a assunção de um estatuto de potência hegemónica da estrutura unipolar, com a consolidação, aprofundamento e alargamento da ordem instituída no pós-guerra.»

Tiago Moreira de Sá em Política Externa Portuguesa, FFMS, agosto de 2015.

Existem alguns dados que comprovam esta superioridade de poder norte-americano no período pós-Guerra Fria. Por exemplo, de acordo com o artigo “A Unipolaridade Americana”, de Nuno Peres Monteiro, na Revista Relações Internacionais do IPRI, de setembro de 2008, a economia norte-americana é responsável por 25 por cento do produto mundial; a nível militar, o orçamento de defesa dos EUA é o equivalente a cerca de metade das despesas militares do mundo!

Para além destes dados, é de salientar que, segundo um relatório da UNESCO relativo ao desenvolvimento científico, os EUA são o país do mundo que mais gasta em Investigação Científica (cerca de 2,84% do seu PIB), ao passo que a China gasta 2,19%. A maioria dos países do mundo distanciam-se deste valor, pois gastam menos de 1% do seu PIB em Investigação Científica. Acrescente-se, ainda, que os EUA no pós-Guerra Fria tinham um enorme soft-power (4), bastante visível no cinema, na música, na forma de vestir e, claro, no simples facto de o inglês se ter tornado na língua universal. 

(1) De forma simples, corresponde à distribuição de poder a nível internacional num dado momento.

(2) Num sistema internacional do tipo bipolar, existe uma concentração substancial de poder em dois Estados.

(3) Num sistema internacional do tipo unipolar, existe uma concentração substancial de poder num único Estado.

(4) Conhecido como poder por influência ou poder de atração pela cultura, de acordo com Joseph Nye.


2. Os Atentados do 11 de Setembro de 2001

Terça-feira, 11 de setembro de 2001. O relógio de Nova Iorque estava quase a bater as nove horas da manhã quando o maior atentado terrorista da História começou.

O Mundo parou para assistir aos noticiários, onde era anunciado que as Torres Gémeas do World Trade Center, assim como o Pentágono, tinham sido atingidos por aviões tomados por fundamentalistas da Al-Qaeda.

Às 8 horas e 46 minutos, o primeiro avião, saído de Boston, colidiu com a Torre Norte das Torres Gémeas. Cerca de um quarto de hora depois, quando já estava a ser prestado auxílio a quem se encontrava nessa Torre, o segundo avião, também saído de Boston, colidiu com a Torre Sul, tendo consequências ainda mais drásticas.

A par da notícia assombrosa que corria o Mundo, as forças de segurança e salvamento entraram logo em ação, o que viria a causar um número de baixas superior ao que poderia ser esperado. Cerca de uma hora depois de ter sido atingida, a Torre Sul colapsou enchendo os céus de Nova Iorque de uma nuvem densa de fumo cinzento.

Eram 9 horas e 37 minutos. Todas as atenções se direcionavam para o ataque às Torres Gémeas quando um terceiro avião, saído de Virgínia, atingiu o Pentágono, símbolo máximo da Defesa e Segurança dos Estados Unidos da América.

Destroços causados pelo voo da American Airlines no Pentágono.

Fonte da Imagem:Cedric H. Rudisill/DOD

Os terroristas tentam mais uma investida, às 10 horas e 3 minutos, mas o avião saído de Newark acaba por se despenhar numa zona rural da Pensilvânia.

Os quatro aviões, tomados pelos 19 terroristas liderados por Bin Laden, causaram a morte de quase três mil pessoas, de 80 nacionalidades diferentes.

A partir deste dia, toda a Ordem Internacional se alterou e o mundo declarou guerra ao terrorismo fundamentalista islâmico.


3. A Presidência de Bush (2001-2009)

George W. Bush (43º Presidente dos EUA), momentos antes de se dirigir ao povo norte-americano, para abordar os atentados ao World Trade Center e ao Pentágono.

Fonte da Imagem: Frank Johnston/The Washington Post

3.1. A Guerra do Afeganistão, 2001

Passado o período de choque, na sequência imediata dos atentados ao World Trade Center e ao Pentágono, tornou-se imperativo definir uma linha de ação que permitisse responder adequadamente aos ataques terroristas vividos.

Logo a 18 de setembro, entrou em vigor a “Authorization to Use Military Force” (“The AUMF”), na qual constava que «the President is authorized to use all necessary and appropriate force against those nations, organizations, or persons he determines planned, authorized, committed, or aided the terrorist attacks that occurred on September 11, 2001, or harbored such organizations or persons, in order to prevent any future acts of international terrorism against the United States by such nations, organizations or persons». Quando o Secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, afirma que «the only defense against terrorism is offense» ficou claro que os Estados Unidos não iriam reagir aos atentados pela via diplomática, mas sim através da ação militar. O documento supramencionado acabou por servir de base legal para a intervenção armada que ocorreu no Afeganistão.

Como já ficou patente, a Al-Qaeda apresentava fortes ligações ao território afegão, do qual 90% se estima ter estado sob o controlo talibã, no período compreendido entre 1996 e 2001. Num estado de visível vulnerabilidade norte-americana, o casus belli era evidente e, por conseguinte, a decisão de retaliação contra o Afeganistão foi facilmente tomada.  Ademais, a opinião popular encontrava-se em concordância com a dos dirigentes políticos, o que apenas facilitou a entrada num estado de beligerância ativa.

A “Operação Liberdade Duradoura” (“Operation Enduring Freedom”) foi lançada na sequência da AUFM, em inícios de outubro de 2001. Foi pautada, sobretudo, por bombardeamentos contra as forças fundamentalistas e contou com o apoio de algumas das maiores potências europeias, como a Alemanha, a França e o Reino Unido. Consequentemente, evidenciou-se um recuo talibã, que potencializou a Resolução 1378 da ONU, desenvolvida de modo a facilitar uma transição governativa no Afeganistão. Não obstante, o conflito prossegue e, em dezembro de 2001, Osama Bin Laden consegue escapar às forças norte-americanas, após ter sido localizado numas grutas situadas a sudeste de Cabul.

Soldados norte-americanos em Marjah, sul do Afeganistão.

A “libertação” da capital afegã permitiu a nomeação de Hamid Karzai como líder administrativo interino. Adicionalmente, é criada a “International Security Assistance Force” (ISAF), destinada a manter o status quo em Cabul. É apenas a 9 de dezembro deste mesmo ano, com a retirada de Kandahar, que o regime talibã sucumbe. ​​Contudo, o conflito mantém-se ativo nos seguintes anos, apesar de haver uma clara mudança nas opções de política externa norte-americanas no espaço asiático: o Afeganistão passa, então, para um plano secundário, em prol do novo conflito no Iraque.

No ano de 2004, Karzai acaba por se tornar o primeiro Presidente afegão democraticamente eleito, acumulando um total de 55% dos votos.

3.2. A Guerra do Iraque, 2003

O conflito no Iraque constituiu-se como um ponto de viragem para a política externa norte-americana. O abandono da estratégia de mera retaliação pelos atentados ocorridos a 11 de setembro de 2001 é evidente e, desde então, passa a vigorar a opção de War on Terror.

A 18 de março de 2003, George W. Bush afirma publicamente que «Today, no nation can possibly claim that Iraq has disarmed. And it will not disarm so long as Saddam Hussein holds power». O Presidente oficializa, então, o ultimato, ao acrescentar que «All the decades of deceit and cruelty have now reached an end. Saddam Hussein and his sons must leave Iraq within 48 hours. Their refusal to do so will result in military conflict, commenced at a time of our choosing».

Ora, as premissas iniciais de que o Iraque possuía armamento de destruição massiva acabaram por se revelar falaciosas, mas, naquele momento, a opção de invasão do país já se encontrava definida. Para além disso, não se aferiu o consenso presente aquando da invasão do Afeganistão. Desta vez, o mundo dividiu-se e muitas foram as manifestações de desagrado com os Estados Unidos, sendo a rutura evidente também dentro da comunidade europeia: o eixo franco-alemão posicionou-se expressamente contra o conflito, enquanto que o Reino Unido deixou o seu apoio bem claro. No caso português, o governo de Durão Barroso aliou-se ao CDS e declarou-se a favor da intervenção no Iraque. Já o Presidente Jorge Sampaio e a oposição, liderada por Ferro Rodrigues, mostraram-se contra o conflito.

A intervenção militar norte-americana no Iraque acaba por começar a 20 de março de 2003. No mês de maio dá-se a dissolução do exército iraquiano e, em junho, Uday e Qusay (filhos do ditador Saddam Hussein) são assassinados. A 19 de agosto, um bombista suicida destrói a sede da ONU no Iraque. 

Exército norte-americano em Bagdá, capital do Iraque.

Fonte da Imagem: Wikimedia Commons

Saddam é apenas capturado a 14 de dezembro, perto da sua terra-natal, Tikrit. No entanto, os tempos que se seguem são de imensa instabilidade, sendo pautados por uma vastidão de bombardeamentos suicidas. Adicionalmente, são expostos os abusos ocorridos na prisão de Abu Ghraib, gerida pelos Estados Unidos.

A esperança de democracia surge aquando das eleições de 2005, que acabam por dar uma maioria parlamentar aos xiitas. Nouri al-Maliki é nomeado Primeiro-Ministro em abril de 2006, formando um governo de união com os curdos iraquianos e os sunitas. Saddam Hussein é levado a julgamento em inícios de novembro de 2006, sendo condenado à morte por enforcamento, o que se concretizou a 30 de dezembro do mesmo ano.


4. A Presidência de Obama (2009-2017)

Barack Obama, o 44º Presidente dos EUA.

Fonte da Imagem: Getty Images

4.1. A Morte de Bin Laden, 2011

A 2 de maio de 2011, o Presidente Barack Obama anunciou a morte de Osama Bin Laden, fundador da Al-Qaeda, rede terrorista responsável pelos ataques do 11 de setembro de 2001. Bin Laden foi morto em Abbottabad, localidade próxima da capital do Paquistão, numa operação levada a cabo pelos EUA e que estava a ser preparada há já algum tempo. Para além de Bin Laden, uma mulher e três homens, incluindo um dos filhos do terrorista, foram mortos.

Local em Abbottabad, perto de Islamabad, capital do Paquistão, onde Osama Bin Laden foi morto.

Fonte da Imagem: Wikimedia Commons

4.2. O Anúncio da Retirada das tropas norte-americanas do Iraque, 2011

Após uma videoconferência realizada com Nouri al-Maliki, na altura Primeiro-Ministro do Iraque, Obama anunciou a retirada total das tropas norte-americanas do país até 31 de dezembro de 2011. Durante o seu discurso na Casa Branca, Obama proferiu ainda que «Depois de quase nove anos, a guerra dos Estados Unidos no Iraque será encerrada.». Para o Presidente dos EUA, a relação entre os dois países, a partir deste acontecimento, seria normal.

Nesse sentido, deveriam ser retirados os 39 mil soldados norte-americanos que restavam no território iraquiano, terminando, assim, a invasão dos EUA ao Iraque, iniciada em 2003, no decurso do primeiro mandato de George W. Bush. Oficialmente, foi a 18 de dezembro de 2011 que as últimas tropas norte-americanas saíram do Iraque.

Militares norte-americanos a embarcarem para a última aeronave C17, no Campo Adder.

O prazo para a retirada das tropas dos EUA do Iraque foi acordado, em 2008, entre ambos os países. No entanto, ainda se discutia a possibilidade de permanência de um pequeno contingente de militares norte-americanos no país, após a data acordada, com o objetivo de treinar as forças iraquianas, o que foi recusado por Bagdá.

Saliente-se, ainda, que os EUA, em 2014, regressaram ao Iraque com o intuito de ajudar o país a combater o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

4.3. O Anúncio da Retirada dos EUA do Afeganistão, 2014

Em 2014, Barack Obama anunciou a retirada total das tropas norte-americanas do Afeganistão até ao final de 2016. O Presidente dos EUA também referiu que pretendia reduzir para 9.800 soldados o seu efetivo militar no Afeganistão em 2015. Aliás, ao longo dos seus dois mandatos, Obama conseguiu reduzir significativamente o número de efetivos militares norte-americanos presentes no Afeganistão. Senão vejamos: no seu primeiro mandato, em agosto de 2010, estavam presentes cerca de 100 mil militares no Afeganistão, pelo que, no final dos oito anos da sua presidência, estavam presentes apenas 8.400 soldados norte-americanos no país. (5)

No fundo, o plano de Obama era que as tropas norte-americanas permanecessem no Afeganistão até ao final de 2014, para que depois desse prazo as forças militares saíssem gradualmente até à retirada total em 2016. O período de transição teria como principal objetivo o treino das forças militares afegãs e o apoio às mesmas na luta contra o terrorismo.

Destaque-se, também, que Obama anunciou o fim das operações de combate no Afeganistão em dezembro de 2014.

(5) Fonte dos dados: Military Times <https://www.militarytimes.com/news/your-military/2016/07/06/a-timeline-of-u-s-troop-levels-in-afghanistan-since-2001/>

4.4. O Desaceleramento na Retirada das tropas dos EUA do Afeganistão, 2016

Apesar do seu plano inicial de retirada total dos soldados norte-americanos do Afeganistão antes do seu mandato terminar, em 2016 Obama foi obrigado a rever os seus planos, à semelhança do que já tinha acontecido outras vezes.

Assim, em vez de reduzir o número de soldados de 5.500 até ao final de 2016, tal como tinha ficado decidido na revisão de planos anterior, os EUA mantiveram 8.400 soldados até ao final do mandato de Obama, em janeiro de 2017. A justificação que o Presidente dos EUA deu para esta decisão relaciona-se com o facto de as forças militares afegãs não se encontrarem fortes o suficiente para fazer frente aos problemas de segurança existentes no país.

Desse modo, Obama terminou o seu cargo com a presença de menos de 10 mil soldados no Afeganistão, sublinhando que cabe ao seu sucessor o que fazer mais tarde.


5. A Presidência de Trump (2017-2021)

Donald Trump, o 45º Presidente dos EUA.

Fonte da Imagem: Erik S. Lesser/EPA

Enquanto candidato à Presidência dos EUA, Donald Trump «vowed to bring American troops home from Afghanistan». No entanto, tal acabou por se revelar uma tarefa árdua, uma vez que o Movimento Talibã se expandiu e um afiliado do Estado Islâmico emergiu em território afegão.

5.1. A Decisão de junho de 2017

      No dia 13 de junho de 2017, Trump delegou ao Secretário da Defesa James Mattis a gestão dos contingentes militares presentes no Afeganistão (à semelhança do que já havia feito com a Síria e o Iraque). Contrariamente ao que sucedera nas Administrações Bush (filho) e Obama, deixaria de ser necessário obter uma aprovação formal por parte da Casa Branca.

5.2. O Discurso de agosto de 2017

       A 21 de agosto de 2017, numa base militar do Estado da Virgínia (Fort Myer), Donald Trump referiu que, ainda que o seu instinto apontasse para a retirada das tropas norte-americanas, «conditions made it impossible». Assim, o futuro era incerto, não sendo possível estabelecer um horizonte temporal e estando qualquer processo de decision-making dependente da sucessão de acontecimentos.

5.3. O Acordo de fevereiro de 2020

  No dia 29 de fevereiro de 2020, os EUA e os Talibã assinaram, no Qatar, um acordo de paz: o Acordo de Doha, também conhecido como “Acordo para Trazer a Paz ao Afeganistão”. Zalmay Khalilzad, diplomata afegão-americano, liderou os 2 anos de negociações, as quais excluíram o governo afegão.

Neste documento, o governo norte-americano comprometeu-se a retirar, até maio de 2021, todas as suas tropas do Afeganistão; fechar 5 bases militares, em 135 dias; remover as sanções económicas a que «the Islamic Emirate of Afghanistan which is not recognized by the United States as a state and is known as the Taliban» estava sujeito, até agosto de 2020.

Em contrapartida, o Movimento Talibã via-se obrigado a iniciar conversações com o governo afegão, a partir de março de 2020; garantir que grupos terroristas como a Al-Qaeda não operariam em áreas sob o seu domínio e que a segurança dos EUA não estaria ameaçada. 1.000 prisioneiros afegãos e 5.000 prisioneiros talibã seriam ainda libertados.

Zalmay Khalilzad e Mullah Abdul Ghani Baradar (Cofundador do Movimento Talibã) apertam as mãos após a assinatura do acordo de paz.

Fonte da Imagem: Giuseppe CACACE/AFP

A verdade é que o acordo não previa quaisquer mecanismos de enforcement ou respeito pelos Direitos Humanos, o que o conduziu ao fracasso. Com a saída das tropas americanas, os Talibã conquistaram território (e poder) e, antes do cessar-fogo, o governo afegão acabou por ser derrubado.


6. A Presidência de Biden (2021-Presente)

Joe Biden, o 46º Presidente dos EUA.

Fonte da Imagem: The White House

Para Joe Biden, a Guerra do Afeganistão perdera – há muito – o seu propósito. Deste modo, ainda como Vice-Presidente da Administração Obama, considerou a retirada das tropas norte-americanas uma escolha necessária - «a necessary choice for a war whose purpose had become blurred». Barack Obama recusou-o. Anos mais tarde, Biden assumiu a Presidência dos EUA e o seu desejo tornou-se realidade.

6.1. A Decisão de abril de 2021

A 14 de abril de 2021, Joe Biden anunciou que os 2.500 militares ainda no Afeganistão regressariam a casa até ao dia 11 de setembro (precisamente, 20 anos após os ataques terroristas que motivaram a invasão americana do território afegão). Afirmou que «the United States' objectives had been fulfilled - and that there wasn't anything more his country could do to build Afghanistan into a stable democracy».

Se, por um lado, tal retirada total poderia significar o colapso do Afeganistão e a chegada ao poder do Movimento Talibã, por outro, a permanência dos EUA para lá da deadline estabelecida pelo Acordo de Doha poderia expor as forças militares norte-americanas a violentos ataques.

6.2. O Golpe de Estado de agosto de 2021

No dia 2 de julho, os EUA entregaram às tropas afegãs a base aérea de Bagram, principal centro operacional americano no Afeganistão. A saída do país estava iminente. Simultaneamente, os Talibã conquistavam múltiplas capitais provinciais (26 das 34 existentes, em menos de 2 semanas), não encontrando qualquer tipo de resistência.

Contrariamente à expectativa do governo norte-americano, o qual temia que os Talibã conseguissem tomar Cabul em 90 dias, a 15 de agosto, o governo civil afegão foi deposto, o Palácio Presidencial invadido e o Presidente Ashraf Ghani obrigado a abandonar o país. Segundo ele, «The Taliban have won» e a sua saída do Afeganistão visou evitar «further bloodshed».

A comunidade internacional não tardou em manifestar a sua preocupação relativamente ao desrespeito pelos direitos, liberdades e garantias do povo afegão (sobretudo, das mulheres e das crianças), imediatamente levado a cabo pelos fundamentalistas islâmicos.

Talibã invadem o Palácio Presidencial, em Cabul, ocupando o lugar de Ashraf Ghani.

Fonte da Imagem: Zabi Karimi/Associated Press

6.3. O Ataque Terrorista de agosto de 2021

O desespero e o medo instalaram-se e foram milhares os civis que se dirigiram para o aeroporto internacional de Cabul, deixando as suas vidas para trás. Num esforço coletivo, vários países, incluindo os EUA, procuraram evacuar os cidadãos nacionais e afegãos (com enfoque em todos aqueles que com eles colaboraram).

Biden enviou 6.000 militares americanos para o Afeganistão, com vista a «secure the Hamid Karzai International Airport in Kabul, and facilitate the airlift». Até dia 31 de agosto, mais de 120.000 indivíduos conseguiram fugir; algumas dezenas morreram por esmagamento.

A 26 de agosto, registou-se uma violenta explosão junto à entrada principal do aeroporto (6), a qual vitimou mais de 170 pessoas, das quais 13 soldados norte-americanos. Em resposta ao ataque terrorista, revindicado pelo Estado Islâmico, Joe Biden referiu que «We will not forgive. We will not forget. We will hunt you down and make you pay.». Dias depois, os EUA contra-atacaram, recorrendo a um drone para atingir um automóvel, no qual seguiam múltiplos bombistas suicidas.

Afegãos choram a morte dos seus familiares, após o atentado terrorista de 26 de agosto.

Fonte da Imagem: Wakil Kohsar/AFP

(6) Acompanhada por uma outra, num hotel nas imediações (Baron Hotel).

6.4. A Retirada de agosto de 2021

Antecipada para 31 de agosto, a retirada final das tropas americanas acabou por ocorrer no dia 30. A operação de resgate terminou e os últimos militares abandonaram o território afegão.

Num discurso proferido na Casa Branca, Biden enalteceu o sucesso da missão humanitária liderada pelos EUA, adiantando que «We completed one of the biggest airlifts in history» e que «No nation - no nation has ever done anything like it in all of history.». Reconheceu ainda que o trabalho desenvolvido pelas Forças Armadas dos EUA não havia produzido os resultados esperados, lembrando, porém, que o seu principal objetivo sempre fora evitar a ocorrência de um novo atentado em solo norte-americano.

20 anos e 4 Presidências depois, a Guerra do Afeganistão chegava, finalmente, ao fim.


7. O Início do Fim da Ordem Internacional Liberal?

A reação norte-americana aos ataques do 11 de setembro pode ser vista como um fator explicativo do dano causado à legitimidade da Ordem Internacional Liberal. Esta reação traduziu-se numa nova doutrina, e em ação no terreno baseada nesta, que viria a alterar profundamente a visão dos outros Estados quanto ao poder exercido pelos EUA.

Apesar de haver algum debate sobre a origem temporal da Ordem Internacional Liberal – se esta teve início após a Segunda Guerra Mundial ou após a Guerra Fria – é bastante consensual que os EUA tornaram-se na única grande superpotência do Sistema Internacional após a Guerra Fria. Porém, os EUA ainda tinham de lidar com os rogue states (Best et al., 2008) ou Estados pária, como o Afeganistão ou o Iraque. Os Estados pária e os grupos de atores não estatais – como os grupos terroristas – tiveram o seu pico de intensidade nos ataques terroristas de 11 de setembro.

Estas ameaças levaram a que os EUA deixassem de ter a sensação de invulnerabilidade e segurança à qual se tinham habituado dentro da Ordem Internacional Liberal para passarem a acreditar que esta já não servia os seus propósitos. Assim, os EUA passaram a defender que é preciso, também, alterar a própria Ordem e a estratégia de segurança para lidar com esta mudança.

Com este intuito, a segunda fase da administração Bush (2001-2006) adotou as ideias do pensamento neoconservador. A doutrina Bush (National Security Strategy, 2002), criada em 2002, é a tradução prática deste pensamento, que consiste em vários elementos. Primeiro, os EUA passaram a ser fervorosos crentes de que deveriam intervir no exterior para garantir os seus interesses e os dos seus aliados, utilizando ou não a força. O tipo de intervenção a que a Doutrina Bush dava mais importância era a imposição da democracia liberal em outros Estados (regime-change) porque este tipo de regime seria o único com legitimidade e moralidade, além de que garantiria a segurança a nível mundial.

Deste modo, os EUA afirmaram estar no direito de invadir outros Estados se estes apresentassem uma ameaça, quer fosse a curto ou a longo prazo, o que, até então, se julgava ser incompatível com o Direito Internacional. Adicionalmente, a doutrina Bush defendeu o afastamento das organizações internacionais, que passaram a ser vistas como entraves à liberdade de ação dos EUA, sem lhes trazer grandes benefícios. Como consequência, o multilateralismo foi substituído por uma preferência pelo unilateralismo, que se traduziu na troca da lógica de que a aliança faz a missão para a lógica de que a missão faz a aliança (Best et al., 2008).

Estes elementos do pensamento neoconservador, contidos na doutrina Bush, culminaram na sua aplicação prática com a invasão do Iraque, em 2003, pelos EUA e alguns dos seus aliados. É importante notar que a invasão do Afeganistão, em 2001, não foi executada à margem dos princípios tipicamente liberais; pelo contrário, os EUA tiveram o apoio de várias potências, executaram a invasão com o apoio da ONU, e essa invasão foi bem recebida à luz do Direito Internacional, pois foi vista como uma resposta apropriada à recusa do governo afegão de expulsar os terroristas do seu território (Best et al., 2008).

A invasão do Iraque, no entanto, representou uma significativa deriva estratégica que os EUA atravessaram como consequência do pós- 11/09 devido à sua rejeição de princípios-chave da Ordem Liberal, como o multilateralismo, o respeito pelas organizações internacionais e pelo Direito Internacional. Foi especificamente esta reação dos EUA – invasão do Iraque à margem dos princípios liberais - ao 11 de setembro que pode ter precipitado o fim da Ordem Internacional Liberal.

Pela primeira vez na História, os próprios criadores e primeiros defensores da Ordem Liberal questionaram a sua validade tendo em conta o novo contexto internacional e agiram contra os seus princípios primários, enfraquecendo a sua base. Assim, é possível conceber a ideia de que o questionamento do valor da Ordem Internacional Liberal pelo seu líder, juntamente com a aparente recusa total dos princípios liberais até então priorizados, deslegitimou a Ordem na visão das outras potências e na visão da população norte-americana.

Afigura-se, assim, uma crise de legitimidade por parte da Ordem Internacional Liberal, visto que a guerra no Iraque não só punha em causa os princípios dessa Ordem, como também tinha tido efeitos catastróficos no ambiente interno iraquiano, tendo os EUA fracassado na sua tentativa de mudar o regime com o usa da força (Best et al., 2008). Resta-nos saber, então, se esta crise de legitimidade decorrente da reação dos EUA aos ataques do 11 de setembro marca o início do fim da Ordem Internacional Liberal norte-americana.


Fontes:

Fontes do Subtópico 1.1.:

      Diário de Notícias. Disponível em: <https://www.dn.pt/internacional/dez-anos-apos-morte-de-bin-laden-al-qaeda-esta-viva-e-promete-guerra-13632837.html>

      Encyclopedia Britannica. Disponível em: <https://www.britannica.com/topic/al-Qaeda>

      Infopédia Dicionários Porto Editora. Disponível em: <https://www.infopedia.pt/$al-qaeda>

      Mundo Educação. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/alqaeda.htm>

      Observador. Disponível em: <https://observador.pt/2018/08/10/al-qaeda-e-hoje-mais-politica-e-militar-mas-mantem-identidade-jihadista/>

      Um Novo Tempo da História, 12º Ano, Parte 3, de Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Monterroso Rosas

Fontes do Subtópico 1.2.:

      “A Unipolaridade Americana”, de Nuno Peres Monteiro, em Revista Relações Internacionais, IPRI, setembro de 2008. Disponível em: <http://www.ipri.pt/images/publicacoes/revista_ri/pdf/ri19/n19a06.pdf>

      “Bound to Fail: The Rise and Fall of the Liberal International Order”, de John Mearsheimer, International Security, Vol. 43, No. 4, 2019. Disponível em: <https://www.belfercenter.org/sites/default/files/files/publication/International%20Security_Bound%20to%20Fail.pdf>

      Política Externa Portuguesa, de Tiago Moreira de Sá, FFMS, agosto de 2015

      RTP Notícias. Disponível em: <https://www.rtp.pt/noticias/mundo/china-e-eua-lideram-nos-gastos-com-desenvolvimento-cientifico_n1326970>

       Três reflexões inacabadas sobre populismo e democracia”, de Nuno Severiano Teixeira, em Revista Relações Internacionais, IPRI, setembro de 2018. Disponível em: <http://www.ipri.pt/images/publicacoes/revista_ri/pdf/ri59/RI_59_art06_NST.pdf>

      Um Novo Tempo da História, 12º Ano, Parte 3, de Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Monterroso Rosas

Fontes do Tópico 2.:

      BBC. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-55351015>

      Diário de Notícias. Disponível em:<https://www.dn.pt/cultura/11-de-setembro-a-realidade-que-parecia-um-filme-14110490.html>

      Jornal de Notícias. Disponível em:<https://www.jn.pt/mundo/ao-minuto/ha-20-anos-foi-assim-a-sequencia-dos-ataques-do-11-de-setembro--14104668.html>

      RTP Notícias. Disponível em:<https://www.rtp.pt/noticias/galeria/mundo/11-de-setembro-de-2001-as-imagens-de-ha-20-anos_1346833>

Fontes do Subtópico 3.1.:

      «Authorization to Use Military Force», Pub. L. No. 107-40, 2001. Disponível em:<https://www.congress.gov/107/plaws/publ40/PLAW-107publ40.pdf>

      Council on Foreign Relations. Disponível em:<https://www.cfr.org/timeline/us-war-afghanistan>

      E-International Relations. Disponível em:<https://www.e-ir.info/2021/09/12/reflections-on-afghanistan-war-is-folly-for-the-weak-on-wisdom-and-will/>

      The Washington Post. Disponível em: <https://www.washingtonpost.com/wp-srv/nation/specials/attacked/transcripts/rumsfeld_text101801.html>

      Turning Point: 9/11 and the War on Terror: Season 1, de Brian Knappenberger, Netflix, 2021.

Fontes do Subtópico 3.2.:

      Bush, de Jean Edward Smith, New York: Simon & Schuster, 2016.

      Council on Foreign Relations. Disponível em:<https://www.cfr.org/timeline/iraq-war>

      The Guardian. Disponível em:<https://www.theguardian.com/world/2003/mar/18/usa.iraq>

Fontes do Subtópico 4.1.:

      CNN Brasil. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/há-10-anos-a-morte-de-osama-bin-laden-era-anunciada-pelos-estados-unidos/>

Fontes do Subtópico 4.2.:

      BBC News Brasil. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/10/111021_obama_iraque_retirada_ac>

      G1 Globo. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/obama-anuncia-saida-total-de-tropas-dos-eua-do-iraque-ate-o-fim-do-ano.html>

      RFI. Disponível em: <https://www.rfi.fr/br/americas/20111021-obama-anuncia-retirada-das-tropas-americanas-do-iraque>

Fontes do Subtópico 4.3.:

      CNN Brasil. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/bush-obama-trump-biden-como-4-presidentes-criaram-a-confusao-atual-no-afeganistao/>

      Gazeta do Povo. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/linha-do-tempo-os-20-anos-da-guerra-do-afeganistao/>

      G1 Globo. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/05/obama-confirma-retirada-total-de-tropas-no-afeganistao-ate-2016.html>

      Military Times. Disponível em: <https://www.militarytimes.com/news/your-military/2016/07/06/a-timeline-of-u-s-troop-levels-in-afghanistan-since-2001/>

      RFI. Disponível em: <https://www.rfi.fr/br/mundo/20140527-obama-anuncia-retirada-total-de-tropas-americanas-do-afeganistao-ate-2016>

      Um Novo Tempo da História, 12º Ano, Parte 3, de Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Monterroso Rosas

Fontes do Subtópico 4.4.:

      El País Brasil. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/06/internacional/1467817586_933490.html>

Fontes do Subtópico 5.1.:

      CNN Politics. Disponível em: <https://edition.cnn.com/2017/06/13/politics/pentagon-afghanistan-troop-levels/index.html> <https://edition.cnn.com/2021/08/23/politics/how-four-presidents-created-afghanistan-mess/index.html>

Fontes do Subtópico 5.2.:

      CNN Politics. Disponível em: <https://edition.cnn.com/2021/08/23/politics/how-four-presidents-created-afghanistan-mess/index.html>

Fontes do Subtópico 5.3.:

      CNN Politics. Disponível em: <https://edition.cnn.com/2021/08/23/politics/how-four-presidents-created-afghanistan-mess/index.html>

      Diário de Notícias. Disponível em: <https://www.dn.pt/mundo/compromisso-historico-eua-e-talibas-assinaram-acordo-de-paz-11872606.html>

      U.S. Department of Defense. Disponível em: <https://www.state.gov/wp-content/uploads/2020/02/Agreement-For-Bringing-Peace-to-Afghanistan-02.29.20.pdf>

      Wikipedia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_de_Doha_(2020)#cite_note-2>

Fontes do Subtópico 6.1.:

      CNN Politics. Disponível em: <https://edition.cnn.com/2021/08/23/politics/how-four-presidents-created-afghanistan-mess/index.html>

Fontes do Subtópico 6.2.:

      Aljazeera. Disponível em: <https://www.aljazeera.com/news/2021/8/15/taliban-continues-advances-captures-key-city-of-jalalabad>

      CNN Politics. Disponível em: <https://edition.cnn.com/2021/07/01/politics/us-military-bagram-airfield-afghanistan/index.html> <https://edition.cnn.com/2021/08/23/politics/how-four-presidents-created-afghanistan-mess/index.html>

      Jornal de Notícias. Disponível em: <https://www.jn.pt/mundo/a-queda-de-cabul-principais-acontecimentos-desde-a-tomada-de-poder-pelos-talibas-14051441.html>

      Público. Disponível em: <https://www.publico.pt/2021/08/17/fotogaleria/dez-imagens-marcam-dias-apos-queda-cabul-406618>

Fontes do Subtópico 6.3.:

      CNN Politics. Disponível em: <https://edition.cnn.com/2021/08/23/politics/how-four-presidents-created-afghanistan-mess/index.html>

      Diário de Notícias. Disponível em: <https://www.dn.pt/internacional/aliados-pedem-a-cidadaos-que-saiam-do-aeroporto-devido-a-ameacas-terroristas-14062042.html>

      Jornal de Notícias. Disponível em:<https://www.jn.pt/mundo/numero-de-mortos-em-explosoes-no-aeroporto-de-cabul-sobe-para-72-14065750.html>

      The White House. Disponível em:<https://www.whitehouse.gov/briefing-room/speeches-remarks/2021/08/26/remarks-by-president-biden-on-the-terror-attack-at-hamid-karzai-international-airport/>

Fontes do Subtópico 6.4.:

      SIC Notícias. Disponível em: <https://sicnoticias.pt/especiais/afeganistao/2021-08-31-Joe-Biden-sobre-o-Afeganistao-Recuso-me-a-continuar-uma-guerra-que-nao-estava-ao-servico-dos-EUA-0b7c76b6>

      The White House. Disponível em: <https://www.whitehouse.gov/briefing-room/speeches-remarks/2021/08/31/remarks-by-president-biden-on-the-end-of-the-war-in-afghanistan/>

Fontes do Tópico 7.:

      International History of the Twentieth Century and Beyond, de Antony Best, Joseph A. Maiolo, Jussi Hanhimäki, Kirsten E. Schulze, 2nd edition, London and New York, Routledge 2008, pp. 522-54

●   National Security Strategy, 2002. Disponível em: <http://georgewbush-whitehouse.archives.gov/nsc/nss/2002/>




O autor do blog,

Diogo Santos

 

As colaboradoras do blog,

Cátia Fiuza, Joana Gomes, Leonor Veiga e Margarita Churaeva

 

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