Destaques #outubro2020
3. Chile e a nova Constituição
No seguimento de um conjunto de protestos e
manifestações ocorridas entre outubro de 2019 e fevereiro de 2020, a decisão de
realizar um referendo sobre uma nova Constituição, apesar da falta de consenso,
foi a solução encontrada pelo Presidente chileno Sebastián Piñera.
Desse modo, no passado dia 25 de outubro, o povo
chileno votou massivamente para substituir a Constituição da era Pinochet. Com
uma taxa de participação de cerca de 50%, quase 79% dos votos deste plesbicito foram
a favor de uma nova Constituição. A tarefa de redigir a nova Constituição chilena
será entregue a uma Assembleia Constituinte eleita para tal efeito, em abril de
2021.
Festejos pela aprovação da elaboração da nova Constituição chilena, em Valparaiso. Fonte da Imagem: Reuters/ Rodrigo Garrido
Em consequência do resultado do plesbicito, o Presidente do Chile apelou à unidade do país na redação do novo documento oficial, promotor da atividade privada em vários setores. A nova Constituição chilena será um marco histórico no país, visto que o atual documento, ainda que tenha sofrido alterações, é do tempo do ditador Pinochet.
Fontes: Observador, Público, Gazeta do Povo.
2. Manifestações na Polónia contra as restrições ao aborto
A proibição do aborto em casos de malformação de
fetos, pelo Tribunal Constitucional polaco, reformado pelo partido conservador
Lei e Justiça, provocou uma onda de protestos em várias cidades da Polónia como
Varsóvia, Cracóvia ou Wroclaw, bem como nas cidades europeias de Barcelona e
Viena. A lei apenas permite a interrupção voluntária da gravidez nas seguintes
exceções: violações, incestos ou em caso de perigo de morte para a mulher.
Manifestantes polacas saíram às ruas para expressar o seu desagrado contra as restrições ao aborto na Polónia. Fonte da Imagem: Reuters - Kacper Pempel
No decorrer dessas manifestações, marcadas pela
pandemia Covid-19, algumas Igrejas católicas foram atacadas, pelo que os
protestos foram classificados como atos de “barbárie” e de “vandalismo”
pelo Governo polaco. Em consequência desses ataques, movimentos de
extrema-direita apelaram aos moradores de Varsóvia que protegessem os edifícios
religiosos.
É de acrescentar que a Polónia se constitui como um dos países europeus com uma das leis antiaborto mais restritivas, sendo que anualmente são realizados menos de 2 mil abortos legais no país e cerca de 200 mil abortos de modo clandestino ou no estrangeiro.
Fontes: Euronews, Observador, RFI.
1. Conflito entre a Arménia e o Azerbaijão
O conflito entre a Arménia e o Azerbaijão, devido à região Nagorno-Karabakh, acendeu-se uma vez mais. Embora a região se situe no interior do território do Azerbaijão, e sendo internacionalmente reconhecida como pertencente a este país, a verdade é que a mesma é ocupada por uma maioria étnica arménia. Apesar disto, este conflito não é de agora, visto que em 1994 Nagorno-Karabakh deixou de ser dominada pelo Azerbaijão e em 2016, a região foi alvo de uma violenta explosão.
Tendo em conta este breve contexto histórico, ao longo do mês de outubro, várias foram as trocas de acusações e ataques vindos de ambas as partes, pelo que não é possível colocar neste pequeno texto todos os desenvolvimentos sobre o tema. A título de exemplo, a cidade de Ganja, no Azerbaijão, sofreu ataques arménios.
Destroços provocados
pelos bombardeamentos a Ganja, a segunda maior cidade do Azerbaijão. Fonte da Imagem: © Reuters
Na sequência destes novos confrontos, não tardaram as reações internacionais ao conflito. O atual secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou ao fim das hostilidades. Seguindo a mesma linha, a NATO pediu o cessar do conflito e o início de negociações entre ambos os países. A preocupação em relação aos ataques na região foi igualmente refletida pela Alemanha, França, EUA e pela Rússia, esta última que se mostrou disponível para mediar o conflito, à semelhança do Irão. Por outro lado, a Turquia demonstrou o seu “apoio total” à causa azeri, o que levou o primeiro-ministro da Arménia a lançar apelos à comunidade internacional.
Fontes: Observador, CNN Brasil e Euronews.
O autor do blog,
Diogo Santos
O que achaste dos destaques selecionados para o artigo deste mês? Deixa o teu comentário e partilha o artigo nas redes sociais.
Comentários
Enviar um comentário