Geração Z: entrevista a uma estudante de Serviço Social
Nesta entrevista da nova rubrica “Geração Z”, a entrevistada pelo autor do Blog, Diogo Santos, foi a Mariana Pinto, uma estudante de 19 anos da Licenciatura em Serviço Social no ISCTE-IUL.
Agradeço a sua disponibilidade em realizar esta
entrevista! Muito obrigado!
Saliento ainda que, todas as respostas às questões
colocadas são da exclusiva responsabilidade da entrevistada.
Diogo Santos (D. S.): Quais é que foram as principais
motivações ou ambições que te levaram a escolher estudar a área de Serviço
Social?
Mariana Pinto (M. P.): Na área de ciências sociais não me identificava com jornalismo, psicologia, sociologia... Por esse motivo, comecei a procurar outras áreas e apercebi-me que existia a área social. Pareceu-me interessante e por isso decidi pesquisar cada vez mais sobre a mesma até ao momento em que decidi que tinha de ser a minha escolha.
D.
S.: Quais as principais
dificuldades e/ou desafios que uma estudante de Serviço Social enfrenta na
entrada para o mercado de trabalho?
M. P.: Baixa remuneração (em algumas ofertas de emprego, não todas) tendo em conta o trabalho que uma Assistente Social tem de exercer, isto porque apesar de sermos Assistentes Sociais também é necessário possuirmos conhecimento sobre a legislação e estarmos atentas a eventuais atualizações, renovações e revogações das mesmas; sobre psicologia de forma a percebermos a parte cognitiva; saber um bocadinho sobre contabilidade de modo a auxiliar as pessoas em matéria de IRS, RSI; entre outras. Portanto acho que, por vezes, todo o trabalho burocrático que é necessário não é tido em consideração.
D. S.: Que tipos de apoios ou soluções achas que podem
ser encontradas para resolver esses problemas ou desafios?
M. P.: Valorização da área social, desmistificação de alguns estereótipos e mais visibilidade.
D. S.: Existem estereótipos ou estigmas em relação à
área que estudas? Se sim, quais os principais?
M. P.: Os estereótipos mais comuns são: as Assistentes Sociais são más porque retiram os filhos aos pais ou porque não dão apoios sociais às pessoas ou as Assistentes Sociais são as "boazinhas" que dão comida às pessoas carenciadas.
D. S.: Com o estágio sentiste algum choque com a
realidade daquilo em que consiste ser o trabalho de uma assistente social? Isto
é, se achas que há algum desfasamento entre as aprendizagens que estás a
adquirir e a realidade do mundo do trabalho?
M. P.: Não senti choque nem desfasamento entre as aprendizagens que estou a adquirir em relação ao mercado de trabalho, apesar da minha experiência ser em contexto de estágio curricular. Contudo, há coisas que só é possível aprendermos com a prática, devido à sua especificidade (por exemplo, na faculdade os professores não nos podem ensinar a preencher determinados apoios sociais). Posto isto, a teoria está aliada à prática pois não conseguimos intervir sem termos bases teóricas. Relativamente ao meu estágio curricular, estou a realizá-lo na área das dependências, concretamente em redução de riscos e minimização de danos.
D. S.: A longo prazo, de que forma é que o Serviço
Social pode impactar e, desse modo, fazer a diferença na sociedade em que
vivemos?
M. P.: O Serviço Social ao abranger várias áreas (escolas, hospitais, lares, embaixadas, finanças, entre outros…) tem como consequência abranger públicos-alvo muito diferentes. Uma vez que trabalhamos de e para as pessoas vamos ter impacto na vida delas e, por vezes, para isso acontecer não é preciso fazer grandes ações, a nossa presença e o nosso apoio podem ser o suficiente.
D. S.: Atualmente, a pandemia Covid-19 exigiu que as
diferentes áreas de estudo e de trabalho tivessem de se adaptar a esta nova
realidade. Como é que a área de Serviço Social se moldou aos tempos que
vivemos?
M. P.: Com a pandemia Covid-19 foram necessárias diversas adaptações, pois é uma área que estabelece contacto direto com as pessoas e devido ao contexto pandémico isso deixou de ser possível. Algumas das mudanças passaram por: os atendimentos sociais passaram a ser realizados via online ou telefónica; os telefonemas passaram a ser regulares e uma vez que muitas pessoas ficaram desempregadas muitas associações passaram a distribuir bens alimentares de forma regular (uma medida bastante assistencialista), assim como bens de higiene e de vestuário.
D. S.: Tendo em consideração tudo o que foi dito
anteriormente, existe algum tipo de arrependimento, da tua parte, na área que
escolheste abraçar?
M. P.: Não me arrependo da área que escolhi, pelo contrário cada vez tenho mais certezas que tomei a decisão certa.
D. S.: Estou grato por teres aceitado participar nesta
entrevista. Espero que tenhas gostado de a fazer!
O autor do blog,
Diogo Santos
O
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