Presidência da República: a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa

Foi no passado dia 7 de dezembro que Marcelo Rebelo de Sousa anunciou a sua recandidatura à Presidência da República, cargo que ocupa desde março de 2016. O anúncio, há muito esperado, foi feito de forma informal numa pastelaria próxima do Palácio de Belém, local que fora a sede da sua anterior campanha.

O Presidente afirmou que recebeu alguma “pressão” para anunciar a sua recandidatura, contudo esclareceu que este “atraso” se deveu ao facto de querer divulgar as medidas relativas à situação pandémica para a época festiva, antes de realizar qualquer anúncio da sua candidatura.

Marcelo fundamentou os motivos que o levaram a recandidatar-se, enunciando as dificuldades ocasionadas pela pandemia, assim como a “crise económica e social” vivida atualmente e os grandes objetivos a dar a resposta no futuro, com o intuito de “mudar para melhor Portugal”. O Presidente destacou a intenção de “renovar a confiança” dos portugueses, indicando que “não vai fugir às responsabilidades” que lhe são atribuídas e que não vai ignorar as dificuldades enfrentadas durante o seu primeiro mandato. Acredita que sair do cargo neste momento seria interromper “uma caminhada exigente e penosa".

Fez ainda questão de mencionar os restantes candidatos à Presidência da República, apelando para a necessidade de garantir o “pluralismo democrático”, assim como reforçou a importância da eleição de um Presidente que “estabilize e não divida” a Nação.

Marcelo Rebelo de Sousa apresenta a sua candidatura na Pastelaria Versailles. Fonte da Imagem: Nuno Ferreira Santos.

O primeiro mandato de Marcelo foi caracterizado por altos e baixos. O “presidente dos Afetos”, como foi eternizado, apresentou níveis históricos de popularidade, ainda que acontecimentos calamitosos como a recuperação de um longo processo de crise económica, os incêndios de Pedrógão Grande e o assalto aos Paióis de Tancos em 2017 tenham ocorrido ao longo dos últimos 5 anos. Ainda assim, a sua atitude pacífica, sempre a favor do entendimento, levou a que muitos desejassem que o Presidente tomasse uma atitude mais exigente com o Governo.

Da mesma forma que a popularidade de Marcelo se manteve ao longo do seu mandato, também as sondagens lhe têm sido favoráveis. As últimas sondagens do Observador/TVI/Pitagórica, o atual Presidente reúne quase 70% da intenção de voto dos inquiridos, resultados que o distanciam de qualquer outro dos restantes candidatos ao cargo. Também nos inquéritos feitos foi possível observar que apesar de Marcelo representar um partido de centro-direita, o PSD, este reúne apoio de eleitores de todo o espetro político.

Assim sendo, existe uma grande probabilidade de que o nosso atual Presidente se mantenha no cargo, sem que seja necessária uma segunda volta nas eleições. Apesar de algumas animosidades que ocorreram nos últimos anos, Marcelo conseguiu manter a posição isenta que era esperada, intervindo quando assim o entendia, destacando-se pela consistência dos seus posicionamentos.

Contudo, devido à gravidade da pandemia que enfrentamos, avizinham-se grandes adversidades para Portugal, tanto a nível económico como social, o que pode colocar à prova a relativa estabilidade que tem caracterizado os órgãos governativos nos últimos anos. Quer isto dizer que, futuramente, pode ser exigida uma atitude mais assertiva por parte do Presidente da República.


A colaboradora do blog,

Juliana Esteves

 

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